Quero agradecer vocês por todas as mensagens de apoio e carinho que me foram enviadas diretamente e para o Flavio também. Todo esse carinho nos fortalece muito.
Imagino como vocês ficaram assustados com a notícia ruim da noite para o dia, nós também. Tudo foi muito rápido. Vou explicar bem rapidamente para quem ainda não sabe:
Em janeiro fui a minha ginecologista para o exame de rotina, quando ela identificou por meio da ultra som intra vaginal um tecido anormal no meu ovário, o tecido era bem grande.Ela me explicou bem direitinho todos os possíveis diagnósticos, benignos e malignos. Mas tudo só seria diagnosticado por meio de cirurgia.
Imediatamente fui encaminhada para o o hospital feminino de Heidelberg que é da universidade, e um centro de excelência para tratamento de câncer.
Fiz muitos exames, o blá blá blá era sempre o mesmo, não se sabiam o que eu tinha, especialmente porque eu não tinha nenhuma dor e nem sangramento.
Todas as possibilidades foram indicadas (boas e ruins), e eu, não acreditei nem por um dia, que eu tinha algo maligno. Eu achava tudo um exagero e pessimismo por parte dos médicos alemães.
Durante as 3 semanas que seguiram até a cirurgia eu levei minha vida normal, e sequer procurei no google sobre o assunto.
Eu só tive medo 10 minutos antes de entrar na sala de cirurgia.

Aqui, os médicos não usam de meias palavras, logo após passar o efeito da anestesia, fui informada do diagnóstico.
No inicio eu não acreditei, eu falei várias vezes para os médicos e enfermeiras, que eu tinha entrado no hospital saudável e ia sair doente.
E todas as vezes eles me explicaram que eu tinha sim entrado doente, mas eu não sabia, porque não tinha nenhum sintoma e que não ter sintoma era normal.
Com o passar dos dias, com ajuda da enfermagem e psicóloga fui aceitando o câncer e buscando forças para combater esta doença inicialmente silenciosa.
O apoio que recebi da família, de amigas e amigos também me ajudaram muito.
Enfim, é isso.
Agora é ir vivendo, um dia de cada vez, e ir vencendo etapas. A primeira eu já venci, sair da semi-intensiva (foram 9 dias), fui para enfermaria normal (3 dias), e agora estou em casa me recuperando da cirurgia e me preparando para o tratamento que ainda não foi definido como será.
Tô confiante no tratamento dos médicos aqui.