Casa da Rainha dos Ceus |
Ele reviu
nossa casa, parcialmente destruída pelo terremoto, visitou lugares que
frequentamos juntos, me viu nas mulheres vestidas de Kurtas coloridas, com
muitas pulseiras, colares, e brincos e sorriu como criança, com os olhos cheios
de lágrimas de alegria. Acho que finalmente ele entendeu, espero. Bem, como
meus olhos estavam começando a marejar também, e eu não queria provocar uma mudança
abrupta no tempo, decidi dar uma chegada para ver o resto do pessoal que já devia
estar acordando no Brasil. Macapá, Belém e Marituba, ai vou eu. Mais tarde eu
volto para cuidar do fecho deste dia especial.
Quando
voltou para o Hotel, Flavio descobriu que o jantar que estaria marcado para o
dia 27 havia sido antecipado para o dia 26, e que uma camionete iria levar os
convidados para um restaurante tradicional Nepalês. Mal sabe ele, que eu tinha
metido o dedinho na mudança. Primeiro, porque a comida era da região onde havíamos
vivido juntos quase uma vida toda, mas o mais importante ainda estava por vir.
Ele não sabia o que o esperava.
Mas ainda tive que superar mais um obstáculo para chegar ao meu objetivo final. A comunicação em cigarrês não funcionou adequadamente, e o promotor da recepção, acabou propondo que o grupo não ficasse no salão principal, onde estava ocorrendo a apresentação de bailados tradicionais das várias regiões do Nepal. Ele achou que o Flavio preferia conversar. Mas eu não queria que ele conversasse, mas visse as apresentações, especialmente uma, que confirmaria definitivamente minha mensagem.
Apelei, me
apresentei de garçonete, vestida em trajes típicos, e convenci os vários homens
presentes na mesa, que o salão principal era mais interessante. De novo me fiz
presente nas várias mulheres dançando bem quadradinho os bailados nepaleses, com
vestimentas bem coloridas. E aí chegou a hora da apresentação final, que eu
tinha certeza iria convencer definitivamente o Flavio que os eventos
acontecidos desde sua chegada ao Nepal, e especialmente neste dia, não haviam
sido casualidade, mas uma clara mensagem minha.
Danca do pavao, tradicional do Nepal |
Quando o
último numero foi anunciado, ele ficou boquiaberto, com toda a razão. Quando ele
poderia esperar me ver dançando em um palco em Katmandu, a dança mais
tradicional do Nepal: a dança do Pavão. E
foi um espetáculo pavular, ao som de música nepalesa. Finalmente dei a publico
a origem real do Pavulagem da Ro. Quem estiver interessado em ver o vídeo,
clique no link abaixo.
https://www.facebook.com/flavio.valente.7?pnref=story
Rainha dos ceus, senhora do arco-íris |
Esta é a
breve história de um amor eterno entre dois nepaleses que se reencontraram brasileiros, após alguns séculos e que tem encontro marcado no terceiro coral à
esquerda, seja onde for que este esteja, para começar de novo. Pena que a maior parte de nós,
mortais, tenha a tendência a esquecer algumas coisinhas, quando passamos de cá
para a outra. Ainda bem que tem algumas rainhas de copas e/ou dos céus, que não
nos deixam esquecer, com seus arco-íris, roupas coloridas e pavulagem,
Fim do principio do recomeco