Meu amor,
Hoje amanheci
com uma saudade brutal, como naqueles tempos em que namorávamos por Messenger.
Eu em Brasília e tu em São Paulo e depois em Macapá. Sinto falta da tua voz, do
teu cheiro, e do teu silencio pleno de amor. E mais do que tudo
sinto falta do teu olhar matreiro, vivo e sorridente. Me fazes falta.
Não, não
estou reclamando....Estou bem, me cuidando. Não se preocupe. Estamos todos e
todas nos cuidando e nos cuidando uns aos outros, dentro do possível. Sei o
quanto estavas preocupada com todos e todas nós, antes de tua viagem. Fiques
tranquila, entendemos que tu tinhas que ir, e que terias ficado mais conosco se
pudesses. Mas era hora de seguir adiante.
Obrigado
pelas mensagens e recados. Tenho recebido todos. Só que as vezes demoro para
entender. Espero que compreendas. Depois de 8 anos na Batatolandia, ainda tenho
dificuldades monstruosas em entender o Alemão, agora tu me vens com todos estes
novos dialetos que vens experimentando, e fica difícil. Passarinhês é um pouco
mais fácil, mas pedrês, aguês e especialmente o tal de florês são mais
difíceis... O florês nem se fala, com todos suas variedades, rosês, margaridês
e etc. Mas obrigado de qualquer maneira, acabo entendendo. E bom saber que tu
estás cuidando de mim.
No entanto,
venho sentindo necessidade de conversar contigo mais vezes e te dar notícias
das nossas bandas. Talvez tu já estejas sabendo de tudo, mas deve ser difícil dar
conta de estar em tantos lugares e com tanta gente ao mesmo tempo, e gostaria
de poder manter esta linha de comunicação aberta.
Acho que
por hoje é só, volto a escrever. Mas antes de terminar, quero te dizer duas
coisas. Primeiro é que estou morrendo de ciúmes. Sei que estás realizando o
sonho de te espalhares pelo mundo, e fico feliz por isto, mas me fazes uma
falta doida. Segundo, é que tua “cumadi” está grávida e teu afilhado querido
vai ter uma irmãzinha ou um irmãozinho em breve.
Vamos nos
falando, meu amor. Beijos. Até o terceiro coral à esquerda,
Flavio
PS:
Encontrei nossa primeira foto juntos, em 15 de outubro de 2000, em Belo Horizonte, no meio de tuas
coisas, esquecestes de levar. Segue anexa a esta carta.