27 de out. de 2013

Café da manhã de domingo/ Breakfast on Sunday

Meu desjejum foi especial hoje, pois comi tapioquinha recheada com queijo, e o melhor, foi feita com goma de tapioca de vinda de Olinda direto para Heidelberg. Mimo que uma amiga me trouxe.
Como eu sempre como frutas de manhã, teve banana e uma ameixa. Além do café com leite é claro, no estilo cremoso, do jeito como eu gosto.
E como foi o seu desjejum?


This is my home made Brazilian breakfast on this Sunday. It was very special, because the material to prepare ¨tapioquinha¨came from Olinda, Brazil. It was a gift from a friend.
I also ate banana and a plum, and of course, a creamy coffee and milk.
How was your breakfast today?

O Mordomo da Casa Branca - filme

Ontem fui ver este filme.
Eu chorei, o Flavio chorou, a moça do meu lado chorou.
O filme é lindo, e eu adorei.
O filme retrata um tempo em que a Casa Branca  tinha a cozinha negra, quero dizer, só tinha negros como serviçais, e naquela época jamais se imaginaria ter um presidente negro na Casa Branca.
Mas o filme não é somente sobre o mordomo. Pois mostra como era a luta da população negra por seus direitos nos Estados Unidos.
Ao mesmo tempo em que  o filme mostra o mordomo da Casa Branca que não podia ter opinião política, também mostra o politizado e guerreiro filho do mordomo que luta por igualdade de direitos.
Não quero contar mais nada, quero apenas recomendar este filme, vale à pena!

19 de out. de 2013

Eu e The Big C, me vejo em muitas cenas.

Comecei a assistir esta série americana por acaso.
Lembro que eu procurava alguma coisa interessante na tv quando comecei a assistir The Big C.
Eu gostei do que vi, me enxergava em várias cenas.
Como na tv passava  só 1x/semana, e eu nem sempre conseguia acompanhar, resolvi comprar as 3 temporadas da série, mas são 4 no total.
E tô adorando porque agora eu tô entendo melhor o grande C.

Só por curiosidade The Bic C é com Laura Liney, que este ano ganhou o Emmy de melhor atriz de minissérie. A atriz não compareceu na cerimônia, por isso foi criticada pelo lindo Matt Dammon.

Vou tentar fazer um resumo da história.
The Big C, é um seriado tipo drama e comédia junto. Conta a história da Cathy, uma mulher de 42 anos com câncer de pele em estágio avançado.
Cathy  que é professora, casada, tem um filho adolescente e um irmão ambientalista e morador de rua por opção. Cathy tem uma aluna adolescente negra, obesa fashion, um pouco rebelde, e que se torna muito próxima de Cathy. Ainda fazem parte do elenco, só que temporariamente, a vizinha de Cathy que tem problemas de memória, e é a única que sabe da doença de Cathy, e o médico, um recém formado.
No inicio, Cathy esconde que tem câncer de todo mundo e dá uma pirada geral. Isso é o que mais me atrae no seriado, as pirações da Cathy! É as pirações dela dão uma certa leveza ao drama em que ela vive. Quem teve câncer sabe disso. Precisamos de leveza.

Cathy passa a ter um comportamento estranho para as outras pessoas, mas ela não tem medo da morte, acho que ela apenas gostaria de viver mais.
Aliás, penso que não é a morte que nos aterroriza, mas sim o que vamos deixar de vivenciar, experimentar, conviver e etc.
Assim Cathy se preocupa com o crescimento do filho e tenta passar o máximo de tempo com ele, sufocando muitas vezes o rapaz. Ele por sua vez, não entende o comportamento da mãe. Mas isso é só um exemplo do comportamento dela.

Como eu falei, me vejo em muitas cenas do seriado, por exemplo:
  • Quando ela sonha que está no ringue lutando contra o inimigo. Quando eu ia para a Quimiolândia, na hora da infusão, eu me imaginava em ringue e estava lutando com todas as minhas forças contra o meu inimigo.
  • Quando o marido está com ela no hospital. Quando ele também pira, às vezes mais do que ela. Além de ser um grande companheiro, lembrando o meu Rei.
  • Quando ela tem uma amiga chata, se metendo na vida dela, dando conselhos, quando ela nem pediu.
  • Ela acha que ter câncer não é um presente e sim é um fardo.
  • E principalmente na abertura da série, quando ela se joga dentro da piscina. O marido, o filho e o irmão ficam na borda olhando para ela. Mas Cathy, faz o tipo ¨nem aí¨, ela começa a fazer piruetas, senta no fundo da piscina e depois sai, meio que flutuando, em direção a uma luz fora da piscina. 
Muitas vezes eu queria me enfiar em um lugar, algum buraco que não tivesse sem ninguém por perto, queria mergulhar no meu mundo. É assim que me vejo na Cathy quando ela entra na piscina. Eu gosto tanto desta cena, que não canso de assistir sempre que começa cada episódio.

Eu gosto muito das cenas em que a familia está reunida em torno da mesa, geralmente refeições comemorativas.
Cathy está sempre na cabeceira da mesa. As cenas mostram como é a estrutura de poder na família, e Cathy é que tem o comando dela.
Acho bacana isso, porque demonstra que essa questão do homem sentar na cabeceira da mesa é uma questão machista e ultrapassada. Assim, esse tipo de cena, ajuda a quebrar as regras que estão embutidas filmes, onde o homem tem o lugar cativo na cabeceira.

Tem duas coisas que eu não me vejo na Cathy, eu nunca escondi de ninguém que tinha câncer. E também nunca usei o câncer para conseguir alguma coisa ou chamar atenção, ou como uma desculpa para um comportamento diferente. Mas cada pessoa reage diferente, e isso não impede que eu goste tanto do seriado.

Eu acho que a letra C do The Big C é de Cathy e não do câncer.
Agora estou na terceira temporada, mas pelo que sei são 4.
Acho que Cathy vai morrer, como todo mundo um dia vai, mas enquanto isso não acontece, vou me divertindo.
Aqui tem o trailer da 1ª temporada.

12 de out. de 2013

Igualdade sim, discriminação não: o melhor presente para as crianças

Hoje é dia das crianças no Brasil.
O presente que eu gostaria que elas tivessem era maias igualdade racial, social e de gênero.
Eu gostaria que não houvesse preconceito e discriminação na infância.
Eu queria que as crianças com deficiência tivessem mais visibilidade, tratamento adequado e respeito como ser humano.
Eu queria ver todas as crianças na escola, e que a escola oferecesse um ensino de qualidade e promovesse a cidadania. E em cada cantinho desse imenso Brasil, queria que a alimentação da escola fosse adequada, saudável, e de acordo com a cultura de cada lugar.
Eu queria que as crianças fossem saudáveis e desconhecessem a fome.
Eu queria que as crianças pudessem brincar na rua sem medo da violência.
Eu queria ver crianças felizes, só isso!

Mas o que eu vejo e leio está longe do meu desejo.

Crianças de um grupo sem terra em Pernambuco brincando com bonecos de barros feitos por elas
Crianças fazendo trabalho doméstico, em lugar altamente inapropriado e perigoso
Crianças desnutridas
Morada e passagens irregulares e insalubres
Mãe e crianças indígenas na beira da rua
 Famílias com crianças competindo com os porcos por restos de comida
Não é só a casa que é destruída, mas a família também
 E se não mudarmos a situação das crianças de hoje, corremos o risco de amanhã vermos elas jogadas ao deus dará, abandonada pelo poder público e pela sociedade e um manicômio qualquer.

E se você observou a cor da pele, e os traços étnicos das crianças nas fotos você já sabe qual é a cor da pobreza, das pessoas discriminadas e famintas e excluídas, não é mesmo?!

10 de out. de 2013

Mingau de Banana com Tapioca

Esse negócio de ser expatriada e estudar alimentação escolar brasileira é de abrir o apetite e morrer de saudades. Principalmente nesse outono chuvoso, frio e com o marido viajando há dias.

Para melhorar isto e levantar o astral, eu precisava de algo para confortar minha alma gulosa e corpo cheinho de banzo alimentar brasileiro.

A leitura sobre alimentação escolar nos últimos meses, estava me fazendo salivar por um mingauzinho de banana com tapioca bem gostoso. Que nem aquele que eu tomei em uma escola em Macapá e também um mingau preparado pela Nália que trabalha para a Prof. Ivanilde, vizinha dos meus pais.
Sim, às vezes eu tenho boa memória gastronômica :)

Segunda-feira, depois da minha sessão do avastin, eu saí meio borocoxó de lá da quimiolândia, então resolvi dá uma paradinha no mercantil asiático. Este lugar é paraíso das delícias da Asia e África para quem é expatriada (o). Lá encontro quase tudo que não encontro no supermercado alemão.

Na segunda eu fiz feira: comprei farinha de Gana, chicória de Camboja, manga do Brasil e banana (quase) comprida da Costa Rica.


Cheguei em casa linda e sorridente e com os dedinhos fazendo V.

Finalmente tinha encontrado a banana comprida, quero dizer quase comprida, para matar o meu desejo de tomar mingau de banana com tapioca.
A tapioca eu tenho em casa, made in Amapá.

Mas peraí, eu nunca tinha feito mingau de banana, como iria fazer...o jeito foi consultar a irmã em Belém. Dessa vez nada de google.
Mas devo confessar que não botei fé nos ensinamentos da professora de história. Então consultei o papai.

Ensinamento passado, receita adaptada a La Nutriane, Mingau de Banana com Tapioca feito, voilá!
Só digo uma coisa, ficou de lamber os beiços!

3 de out. de 2013

Marianne Weber, uma mulher importante na Alemanha

Há 3 anos, visitei o Museu da Universidade de Heidelberg e ao ver a foto do famoso filósofo com os braços em volta da mulher, me apaixonei. Depois veio a curiosidade sobre essa mulher, que pousava ao lado do marido. A foto abaixo tem um reflexo do flash, pois é da minha máquina no dia que estive no museu. Mas esta mesma foto está disponível na internet. Sabe quem são? Max Weber e Marianne Weber.

Penso que  todo mundo sabe quem foi Max Weber, mas Marianne Weber não. Então decidi aprender um pouquinho e escrever sobre esta mulher.

Marianne Weber nasceu em 1870 em Oerlinghausen, Alemanha. Ela estudou ¨etiqueta e cultura¨. Aos 23 anos casou com seu primo Max Weber, e foram morar em Berlim, onde ele era professor na universidade. Depois mudaram para Heidelberg, e ela começou a estudar sociologia e a publicar artigos de forma independente. 
Marianne foi uma das fundadoras de um grupo de mulheres em Heidelberg,  na maioria donas de casa. Ela influenciou o marido a aceitar estudantes mulheres na universidade.
Após 1898, Max começou a ter depressão, e passou a viver em reclusão, já Marianne, continuou a participar da vida política. Neste período, Marianne publicou o seu 1º livro, que era sobre socialismo na perspectiva da teoria de Weber.

Em 1904, Max retornou à ativa, e o casal viajou para os Estados Unidos, onde Marianne conheceu Jane Addams e Florence Kelley, duas femininas americanas da época. Em 1907, ela publicou o livro: Casamento, Maternidade e a lei (tradução ao pé da letra do livro em inglês). Neste mesmo ano, Marianne recebeu uma herança do avô e fundou seu 1º ¨salão¨ de discussão intelectual, e se engajou na luta pelos direitos das mulheres. Publicou vários livros sobre casamento, divórcio, e trabalho doméstico feminino.

Em 1919, Marianne entrou na política e foi a 1ª mulher eleita no parlamento de Baden.

Em 1920, o casal adotou 4 crianças da irmã de Max que havia falecido. Neste mesmo ano, Max também faleceu subitamente de pneumonia.
Após a morte do marido, Marianne, se dedicou à publicação dos escritos de Max, o que lhe rendeu o título de doutora honorária da Universidade de Heidelberg.

No período nazista, o trabalho de Marianne à causa feminista reduziu muito, pois Marianne criticava o nazismo, nas entre linhas, e fazia reuniões em sua casa em vez do salão público. Marianne temia pelo regime nazista. Mesmo assim ainda publicou 2 livros.

Marianne morreu em 1954, em Heidelberg.

Marianne Weber foi uma mulher a frente do seu tempo, que com certeza influenciou Max Weber em seus achados, mas sem a mesma notoriedade do marido.

Eu li tudo isso aqui e aqui.