Quando eu escutei ele falar sobre isso, eu engoli minha saliva tentando digeri a piada, mas me deu foi asia.
Embora o filme seja uma comédia, achei a piada de mal gosto. Penso que seria uma ótima oportunidade para Woody Allen ter incluído o tema da colostomia no filme de amor em Roma.
Seria uma ótima maneira de quebrar barreiras, preconceitos e de apoio às pessoas que tem uma ostomia, fundamental para continuar vivendo.
Eu assisti o filme até o fim, mas eu achei o filme decepcionante. É assim:
Mexeu com a colostomia, mexeu comigo!E você que (não) tem uma colostomia, viu o filme? O que achou?
4 Comente aqui:
Não vi o filme, mas com certeza quando for asssitir, esse engócio da colostomia vai me cair mal.
Me lembro de adorar assistir os sopranos. Achava um programa bem divertido.
Uma amiga minha que estava muito doente, em estado terminal, disse que não suportava assistir o programa, por que ele tratava de vida e morte com tanto desrespeito. era um tal de mata daqui, mata dali...
Nunca mais vi os sopranos com os mesmos olhos!
Adoro ver o mundo pelas lentes de outras pessoas.
Eu não vi esse filme, não gosto dos filmes dos Woody e você me deu mais um motivo pra não ver mais. ;)
xoxo
Rachel
Ainda não assisti ao filme e desanimei de assistir com o seu relato. Não gosto de gente engraçadinha que faz piada com os problemas alheio. Talvez se ele conhecesse melhor sobre o assunto, não fizesse piada! Ainda tem gente que o acha inteligente. Eu acho muito chato!
Bom restinho de semana!! Beijus,
Ró querida,
Eu assisti o filme, já tem um tempinho.
Gosto muito de Wood Allen. Ele é um neurótico clássico: chato, fala demais, é repetitivo, insistente, ansioso e fala demais.
Eu gosto de silêncio na convivência.
Mas eu gosto muito dele pq ele faz a gente rir de si mesmo, dos nossos sofrimentos, agonias, imperativos e urgências sem fim.
Gosto dele pq ele fala de coisas banais, já naturalizadas por nós junto com outras que não consideramos naturais, esperadas, comuns.
Este é o caso de ele falar ao mesmo tempo sobre ficar velho e de colostomia.
De certo modo ficar velho é algo natural. Mesmo que lutemos contra este destino, fica-se velho desde que o mundo é mundo.
Agora viver com uma diferença visível é anti-natural para nossa percepção.
Culturalmente rejeitamos o que não é igual. O diferente é um insulto a nossa cognição e regime de valores.
Contudo, cada vez mais, as diferenças serão os signos de nossa designação, não só pela miscigenação, mas também pela intervenção tecnológica: chips, órteses e próteses e outros dispositivos que ainda não tem nomes vão se acoplar aos nossos corpos e povoar os lugares de livre circulação de nossos corpos.
Lutamos para viver mais. Esta luta expõe a diferença. Viver mais é viver com as diferenças mais pronunciadas e precisamos aprender culturalmente a rir disso, a naturalizar isto, a fazer piada de nós mesmos, como fazemos de outras experiências que já estão naturalizadas. Esta é uma das funções da arte: reverter o valor das coisas. Inclusive da dor. Precisamos, também, transformar a dor e as diferenças, naturaliza-las um pouco para ter como viver.
Vc já viu Intocáveis (Entouchables)? É lindo e radicalmente neste foco. Trabalha com todos os interditos, todos os estigmas e os reverte, reconstrói, rearranja.
E quanto a Wood Allen, ele é um neurótico clássico. E isto é bom. Ele fazendo este papel nós podemos fazer outros.
beijos,
Rô :)
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