Eu não fazia isso de jeito nenhum, pois tinha pavor da Matinta Pereira.
Eu também tinha medo do porrudo (grande) Bola Sete (homem gigante, não era do bem). Ele morava em um galpão na rua de casa. Sempre que eu aprontava alguma, minha mãe ou meus irmãos e irmãs mais velhos ameaçavam-me, dizendo que iam chamar o Bola Sete.
Esses personagens, assim como Papai Noel (esse não precisa explicar), fizeram parte do imaginário da minha família durante muito anos. Como filha caçula de seis, fui a última a descobrir que eles não existiam.
Ah lembrei de outra personalidade, o Rubilota (homem, louco, corria atrás das pessoas a noite), esse existia de verdade e eu tinha muito medo!!!
A Benedita Pelada (mulher com distúrbio mental) e o Camarão Frito (homem muito branco, ficava vermelho quando andava ao sol, e virava uma fera quando chamavam de camarão, gritava um monte de palavrões)
Depois cresci, fiquei mocinha, esse imaginário popular foi sumindo da minha cabeça. Também eu não tinha mais miolos para pensar nisso, pois eu vivia numa cuíra (ansiedade) danada para arrumar um namoradinho. Tava igual aquela música “ela só quer, só pensa em namorar, ela só quer, só pensa em namorar”.
Nessa fase, os hormônios estavam aflorando, e eu tinha que me cuidar, para não ter inhaca (cantiga, cecê). Então já no raiá do dia (de manhã cedo) eu tomava meu banho e me enchia de catinga de mulata (planta cheirosa, já foi perfume). Ao tardar o dia, fazia a mesma coisa e ia para a praça.
Quando eu ia para a Zagury (um homem famoso, virou nome de Praça), eu ia para bem pertinho do Rio e pedia para os caruanas (espiritos do bem que moram no Rio) espantarem a panema (sem sorte) que tava levando. E quando chegasse a piracema (fartura) de rapazes, pedia que não aparecesse um rapaz massaranduba (pessoa mal educada) para mim.
Agora, quando vou em Macapá, fico louca para comer peixe frito, camarão e uma tigela de petróleo (açaí). Égua (expressão popular, com vários significados dependendo da entonação, aqui quer dizer boa) da comida porreta (boa, jóia)!!!
Também gosto de ir na Fazendinha (nome de um Distrito em Macapá, lugar onde tem restaurantes de comidas tipicas, é também um balneário) comer camarão no bafo (prato típico que se come com as mãos) nem me importo com o pitiú (odor forte do camarão, peixe, frango, outros) nas mãos...
Essas expressões vieram na minha cabeça por meio do site www.correaneto.com.br quando estava pesquisando sobre o Fut- lama.
Publicado em 04.09.05 no meu primeiro blog.
Eu também tinha medo do porrudo (grande) Bola Sete (homem gigante, não era do bem). Ele morava em um galpão na rua de casa. Sempre que eu aprontava alguma, minha mãe ou meus irmãos e irmãs mais velhos ameaçavam-me, dizendo que iam chamar o Bola Sete.
Esses personagens, assim como Papai Noel (esse não precisa explicar), fizeram parte do imaginário da minha família durante muito anos. Como filha caçula de seis, fui a última a descobrir que eles não existiam.
Ah lembrei de outra personalidade, o Rubilota (homem, louco, corria atrás das pessoas a noite), esse existia de verdade e eu tinha muito medo!!!
A Benedita Pelada (mulher com distúrbio mental) e o Camarão Frito (homem muito branco, ficava vermelho quando andava ao sol, e virava uma fera quando chamavam de camarão, gritava um monte de palavrões)
Depois cresci, fiquei mocinha, esse imaginário popular foi sumindo da minha cabeça. Também eu não tinha mais miolos para pensar nisso, pois eu vivia numa cuíra (ansiedade) danada para arrumar um namoradinho. Tava igual aquela música “ela só quer, só pensa em namorar, ela só quer, só pensa em namorar”.
Nessa fase, os hormônios estavam aflorando, e eu tinha que me cuidar, para não ter inhaca (cantiga, cecê). Então já no raiá do dia (de manhã cedo) eu tomava meu banho e me enchia de catinga de mulata (planta cheirosa, já foi perfume). Ao tardar o dia, fazia a mesma coisa e ia para a praça.
Quando eu ia para a Zagury (um homem famoso, virou nome de Praça), eu ia para bem pertinho do Rio e pedia para os caruanas (espiritos do bem que moram no Rio) espantarem a panema (sem sorte) que tava levando. E quando chegasse a piracema (fartura) de rapazes, pedia que não aparecesse um rapaz massaranduba (pessoa mal educada) para mim.
Agora, quando vou em Macapá, fico louca para comer peixe frito, camarão e uma tigela de petróleo (açaí). Égua (expressão popular, com vários significados dependendo da entonação, aqui quer dizer boa) da comida porreta (boa, jóia)!!!
Também gosto de ir na Fazendinha (nome de um Distrito em Macapá, lugar onde tem restaurantes de comidas tipicas, é também um balneário) comer camarão no bafo (prato típico que se come com as mãos) nem me importo com o pitiú (odor forte do camarão, peixe, frango, outros) nas mãos...
Essas expressões vieram na minha cabeça por meio do site www.correaneto.com.br quando estava pesquisando sobre o Fut- lama.
Publicado em 04.09.05 no meu primeiro blog.
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