24 de mar. de 2008

Os Guarani Kaiowá

No inicio de 2005 a morte por desnutrição de crianças Guarani Kaiowá de Mato Grosso do Sul foi evidenciada na mídia brasileira e, acho, não tenho tanta certeza, que teve repercussão internacional.
Isso trouxe a tona muitas questões que esse povo vem sofrendo ao longo de várias décadas.
O Governo Brasileiro fez uma força tarefa para resolver e/ou amenizar os problemas. Muitas ações foram realizadas, mas a questão é muito mais complexa.

Eu acompanhei tudo de pertinho, pois trabalhava no Governo, tinha amig@s que trabalhavam diretamente com a questão, e sabia da seriedade e compromisso dessas e outras pessoas para promover a reparação das violações que eles sofreram e ainda sofrem.

Em 2006, uma jovem Guarani deu uma entrevista em um jornal local que me tocou muito. Peguei uma das frases, vejam o que ela disse:

"Apesar do esforço que fazemos para sermos reconhecidos e ter um pouco mais de respeito, ainda somos alvo de zombação e humilhação. Para a maioria das pessoas que não nos conhece, é fácil dizer que reclamamos de barriga cheia, que recebemos vários benefícios do governo, que vivemos bem. Mal sabem eles, que vivemos em plena miséria e abandono"

Muitos indígenas já morreram em conflito pela recuperação de suas terras. O munícipio de Coronel Sapucaia, em Mato Grosso do Sul, foi apontado como o município mais violento do Brasil em 2008.
Neste lugar, o conflito pelas terras indígenas é muito forte e várias lideranças foram assassinadas. Muitas crianças e idosos estão com desnutrição. E muitas outras coisas...

Eu sei disso, porque recebi um relatório da Coordenadora do Fórum Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional de Mato Grosso do Sul. Posso disponibilizar o documento para quem se interessar.

Eu falo muito da minha vida pessoal aqui, mas acho importante usar este espaço para abordar questões sociais que acontecem no Brasil e em outros lugares no mundo.
Gosto muito da frase de Olga Benário " luto pelo bom, pelo justo e pelo que há de melhor no mundo".

Eu amo o Brasil, sinto banzo, e acredito que haverá uma transformação social, cultural e econômica. Sei que este processo será a longo prazo, mas não perco as esperanças.
Pois vejo os movimentos sociais cada vez mais fortes, e vi nos últimos 10 anos muitos avanços e conquistas de grupos que foram ao longo dos anos discriminados.
Essas conquistas me enchem de orgulho, porque também faço a minha parte.

E como disse Graciela:
"Um dia esperamos ter oportunidade de dormir sem medo, em paz, de não ter que carregar mais o peso do preconceito da humilhação que nos atormentam todos os dias"

No post abaixo eu explico melhor a campanha que estou fazendo em solidariedade ao povo Guarani Kaiowá de Mato Grosso do Sul, e como enviar uma carta ao Presidente da República solicitando que ações de reparação das violações seja realizadas.

Como já disse, estou a disposição para quem quiser mais esclarecimentos.
A foto acima é do nosso arquivo pessoal.

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