10 de abr. de 2010

Trabalho escravo x lojas de roupas

Eu descobri no twitter que a a rede de lojas Marisa tinha sido multada pelo Ministério do Trabalho por praticar trabalho escravo com imigrantes bolivianos. Fiquei passada com a notícia.                                             Fui procurar informações, pois eu nem tinha escutado nada sobre este caso.
Vejam o que eu encontrei:
Correio do Brasil
Uma inspeção de rotina de fiscais do Ministério do Trabalho descobriu, na capital paulista, nesta quinta-feira, trabalhadores bolivianos em condições análogas à escravidão em oficinas de costura contratadas pela rede de lojas Marisa. Cada trabalhador recebe R$ 2 por uma peça que será vendida a R$ 49,99 pela empresa. Leia mais aqui
E mais ainda:
Repórter Brasil
No sobrado da Igreja "Boas Novas de Alegria", localizado na Vila Nova Cachoeirinha, Zona Norte da capital paulista, a fiscalização encontrou 16 pessoas de nacionalidade boliviana (uma delas com menos de 18 anos) e um jovem peruano trabalhando em condições análogas à escravidão na fabricação de peças de vestuário feminino para a Marisa, que se apresenta como "a maior rede de lojas femininas do país". Mais informações aqui 

Que triste tudo isso. O que nós podemos fazer?
Li no síte do Repórter Brasil
A deputada federal Janete Capiberibe (PSB/AP) propôs, em discurso na Câmara dos Deputados, que as mulheres deixem temporariamente de comprar nas lojas Marisa por que trabalhadores de uma das oficinas de costura que confeccionam roupas vendidas pela rede foram flagradas pelo Ministério do Trabalho em situação idêntica ao trabalho escravo. A rede anuncia ter 220 lojas no país e 44 milhões de consumidoras anuais. Continue lendo aqui

O debate sobre trabalho escravo, imigrantes  e consumidores é complexo.
Se de um lado tem a produção de roupas mais barata ou mais acessíveis a população, do outro lado tem a confeção de roupas em condições sub-humanas e degrandantes.
Imigrantes desesperad@s para ter um trabalho, uma remuneração para garantir pelo menos uma refeição ao dia. E temos ainda consumidor@s que não sabem o verdadeiro preço por traz daquela roupa.
Mas não é só lojas populares que utlizam mão de obra escrava. Lojas caras também!!!
E isso não acontece somente no Brasil, não.

Eu li no blog da Chantal um post super interessante entitulado "Qual a origem da sua roupa?".
Quem quiser dar uma passadinha lá, tem até vídeos... o endereço é esse:
 http://estoriasdaqui.blogspot.com/2010/03/qual-origem-da-sua-roupa.html

Eu acho que denunciar e boicotar não resolve, mas contibui para a diminuição do problema e serve como um alerta para a população em geral.
O que cada pessoa pode fazer fica a critério de cada uma, eu decidi postar sobre o assunto e dizer que sou a favor do boicote. Se não diminui o problema, pelo menos na minha conciência, resolve.

Quer saber mais informações sobre o que é trabalho escravo? Então vá neste link:
http://www.reporterbrasil.org.br/conteudo.php?id=4

10 Comente aqui:

Milton T disse...

Eu ouvi no JN e isso é mais corriqueiro do que imaginamos. Uma vergonha mesmo, não?

bom fim de semana

bj

Anônimo disse...

Chocante e ao mesmo tempo, como disse o Milton no comment acima, corriqueiro. Muitas lojas em SP, muitas fazendas e latifundiarios no Brasil todo trocam trabalho por um prato de comida e um lugar para dormir. Se é que nao mantem as pessoas encarceradas como era o não saudoso "projeto Jari" em que capangas com metralhadoras ficavam do lado de fora vigiando quem quisesse fugir do inferno.
Uma vez li que nas fazendas de Antonio Hermirio de Morais empresario modelo, tinha trabalho escravo. O caso foi abafado e acabou em pizza. Eu topo nao comprar na Marisa, nao é sacrifio algum e é bem merecido o boicote.
Mas de fato, nao resolve. Suponho que a maior parte do publico que compra la, seja a classe media mais atrazada em termos politicos e sociais, nada deve saber sobre esse assunto, que muito provavelmente tb naofoi divulgado.
Bjos e bacana sua denuncia!
Cam

Eu, sem clone disse...

Eh vergonho. E qual é a situacão legal dos bolivianos? Ainda são clandestinos?

Celia disse...

Que vergonha acontecer isso, alem de ser tb muito triste.
Boa semana. Bj

Maira disse...

Oi mulher... achei o assunto super interessante e venho conversando sobre isso há muito tempo com amigos. Comecei a me perguntar sobre essas coisas qdo comprei um livro de fotos gigante aqui na Alemanha por 3 euros. Depois de dois meses parei pra pensar que a producao daquele livro jamais teria custado 3 euros e nao é queima de estoque da livraria, pois eles trabalham em consignacao. Resumindo, alguém está trabalhando praticamente de graca nessa cadeia produtiva, mas o consumidor final só está preocupado em ter vantagens relacionadas à preco e esquece de refletir se o preco faz sentido considerando todos trabalhos que o produto envolve. Enfim, complexo e do jeito que o mundo anda, difícil de resolver. Triste. Como você decidir fazer algo e hoje em dia penso muito antes de comprar algo tao mais barato do que seria possível. Bjks!

Zany Vasconcelos disse...

Participar deste boicote para mim é fácil, pois já não sou adepta de comprar roupas nas Marisas. Eu nunca compro roupas em lojas que oferecem roupas com do mesmo modelo e da mesma padronagem.Bjs!!

Fernanda disse...

É vergonhoso, e acho que estás certíssima em denunciar e boicotar! É exactamente isso que eu faço; claro que não resolve, mas ajuda, divulgamos para que outras pessoas possam também boicotar e quem sabe pressionar as autoridades para que sejam duras nas suas penas. O nosso poder, enquanto consumidores é enorme.

Quando os artigos são demasiado baratos já devemos ficar na retranca; agora quando são caros, como acontece frequentemente com marcas caras como a Timberland, Levi's, etc, e produzidos nos países em vias de desenvolvimento podemos ter a certeza que são fruto de exploração de seres humanos e maiores lucros ( ainda maiores!), para as marcas. É uma amoralidade!

Bjos e boa semana, Rô!

Lunna disse...

Não sabia disso, ainda bem que não compro nada nessa loja. Se bem que eu acho que esse tipo de coisa, infelizmente, é muito comum. Já tinha lido algo sobre outras lojas daqui de São Paulo. Lamentável.
Boa semana pra vc. Beijos

Lu Souza Brito disse...

Além de triste para estas pessoas, é vergonhoso. Não costumo comprar roupas na Marisa (por nehum motivo especial, só nao compro), mas a questão é que tantas outras devem estar na mesma situação.
Sim, o boicote é o minimo que podemos fazer.
Um abraço

http://graceolsson.com/blog disse...

Roseane,.

muitas dessas grands lojas fazem essa loucura
Dizem que a H&M importa as roupas todas de paisdes como China, Africa, etc. Nao me será espantoso, se nao fizer o mesmo.
Isso é muito triste.bjs e dias felizes