4 de ago. de 2009

Amamentação nas emergências

Em 2004, eu acompanhei Flavio em uma missão sobre violação do direito humano à alimentação, água e terra rural em Pernambuco. Nós visitamos vários lugares lá.
Nessa época eu trabalhava no Ministério da Saúde e fazia parte de um grupo denominado TERRA, que estava discutindo a elaboração de um plano de saúde para população do campo.

Foi no assentamento de Prado que conheci a mulher da foto acima. Eu estava entrevistando algumas famílias do assentamento sobre as práticas alimentares para incluir no meu trabalho com o Ministério da Saúde.

No fundo da foto, tem algumas plantas, são plantas medicinais e de uso coletivo da comunidade.
Eu estava conversando com uma das mulheres sobre as plantas, quando vi essa mãe amametando seu bebê. Eu fiquei bastante emocionada quando ela me falou: "eu não tenho nada, não tenho mais meu chão, minha casa, mas meu filho tem meu leite". Ela riu e disse alguma coisa que näo lembro mais, mas ela estava feliz de garantir a comida para o bebê.

O assentamento de Prado, tem uma longa história de luta e enfretamento pelo direito a terra. É um povo sofredor, mas muito batalhador.
Assim como tod@s do Assentamento, essa mãe estava morando em uma cabana de plástico, ela teve sua casa destruída pela polícia, ela passou fome, ela sofreu, mas ela continuou amamentando seu bebê, porque ela estava exercendo o direito à alimentação do bebê. Ela estava garantindo a segurança alimentar e nutricional naquele triste momento da vida dela e sofrendo diversas violações de direitos humanos.

Esse é o meu post para a blogagem coletiva sobre amamentação.

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