17 de mai. de 2009

Amor, antropologia, internet

Olhando as notícias do dia ontem, encontrei essa entrevista do Jorge Pontual com a antropóloga Helen Fisher. Achei bem interessante por isso compartilho.
O vídeo "A química por trás do amor" é um pouco longo (22 minutos), mas é uma boa pedida para o domingão.

Este é o link do blog para quem quiser ler os comentários e etc:
http://especiais.globonews.globo.com/milenio/

E para o maridão que atravessou o Atlântico e foi para a América Central, deu saudades...
Então vai uma poesia, é de Carlos Drummond de Andrade, porque hoje eu estou bem romântica, saudosa e com uma espinha enorme no rosto

Amar

Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?

Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
e o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?

Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o áspero,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina.

Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.

Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.


Bom final de semana!!!

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